Gerais

23/03/2017 Cemig apoia registro da história e cultura de comunidades quilombolas

O patrocínio da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, ajudou a viabilizar o resgate da história e da cultura de comunidades quilombolas pelo projeto Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória. No próximo sábado (25/3), de manhã, acontece em Berilo, no território do Alto Jequitinhonha (MG), o seminário “Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Cultura, Articulação e Empoderamento”, com a presença de representantes das comunidades, patrocinadores e autoridades, além da participação do Grupo Caboclo Surubim, de Chapada do Norte (MG). Durante a tarde, os participantes visitarão três comunidades quilombolas da região.

No mesmo dia, será lançado o livro “Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória”. Tendo como base a metodologia da história oral, o livro – além de 30 vídeos de curta duração e um portal com o resultado de toda a pesquisa – mostra a beleza, riqueza e diversidade do vale. A iniciativa, realizada pela Nota Musical Comunicação por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, recebeu ainda o patrocínio de Itaú, Petrobras e Finep, além do apoio de Milton Kanashiro Arte Cultura e Cidadania.

A pesquisa
Ao todo, 59 comunidades quilombolas de três municípios do Alto Jequitinhonha (Berilo, Chapada do Norte e Minas Novas) e de Virgem da Lapa, no território do Médio e Baixo Jequitinhonha, foram visitadas pela equipe do projeto, que participou de festas, encontros e apresentações marcadas especialmente para esses registros. Foram captadas cerca de 150 horas em vídeo, entrevistas e manifestações culturais, além de um grande acervo fotográfico. O acesso a todo material é gratuito e está disponível no site www.quilombosdojequitinhonha.com.br.

“Ancestralidade, alegrias, dificuldades, costumes, festas e conhecimentos tradicionais são revelados com muita emoção neste projeto. O trabalho realizado pela equipe serviu também para reforçar a certeza de que esta é uma região na qual o fazer do povo – seja na dança, na religião, na culinária ou na forma de lutar diariamente – é muito vivo. E isso tem colaborado para que esse grupo social resista ao sistema que tem violado seus direitos ao longo de décadas”, explica a organizadora do projeto, a jornalista Evanize Sydow.

Segundo Evanize, a determinação em manter intactas as tradições da festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos por 192 anos, em Chapada do Norte, já rendeu o seu registro como Patrimônio Imaterial e Cultural do Estado, concedido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Essa e muitas outras manifestações culturais quilombolas, além de depoimentos que apresentam as histórias centenárias desse grupo social, incluindo temas como água, educação e religião, estão nos produtos resultantes do projeto Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória.

Programação:
Seminário “Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Cultura, Articulação e Empoderamento” e lançamento do livro “Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória”
Data: 25 de março de 2017, sábado, às 9 horas
Local: Clube RB, bairro Planaltino, Berilo (MG)

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